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MK ironiza provável boicote de parceiros econômicos pelo governo brasileiro: 'Vai fazer cócegas?'

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MK ironiza provável boicote de parceiros econômicos pelo governo brasileiro: 'Vai fazer cócegas?'

Em comentário na Rádio Metrópole, Mário Kertész também criticou a busca dos brasileiros por "salvadores da pátria"

MK ironiza provável boicote de parceiros econômicos pelo governo brasileiro: 'Vai fazer cócegas?'

Foto: Matheus Simoni / Metropress

Por: Metro1 no dia 24 de setembro de 2020 às 09:01

Em comentário na Rádio Metrópole, na manhã de hoje (24), Mário Kertész voltou a repudiar o conteúdo enganoso do discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Para MK, Bolsonaro insiste em falar apenas para seus apoiadores, ignorando a má repercussão de suas declarações e ações no exterior.

"Ele ontem começou a ser desmentido pelo próprio governo dele. Uma das coisas que ele disse, com uma convicção, foi que os investimentos estrangeiros no Brasil nunca foram tão grandes, que é o segundo ou quarto país em investimentos. Mentira. O Banco Central ontem começou a mostrar a queda brutal dos investimentos estrangeiros, a retirada, inclusive, de poupanças feitas e investimentos em papéis e outras coisas aqui no Brasil. Então eu fico pensando sobre ele e o general Augusto Heleno, que fala isso também e até ameaça os países europeus de boicote. Como é que o Brasil vai boicotar a Alemanha e a França, me diga aí? Vai fazer cócegas? É muita... É como se, sabe, pra manter a fidelidade daqueles adeptos sinceros e envolvidos, que acreditam que Bolsonaro é o melhor, e tem muita gente que acredita mesmo, e a gente tem que admitir que isso existe e acabou. É um direito, também, que as pessoas têm. Eles acham que falam só pra esses, pra manter esses, porque internacionalmente cada vez mais Bolsonaro é desmascarado", disse.

MK também mencionou a importância da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, para a construção e execução do projeto ideológico bolsonarista. "Muita gente pensa que ela é uma pessoa folclórica, com aquele negócio de goiabeira. Não se iludam, ela é uma mulher preparadíssima, trabalhou muitos anos na coordenação da bancada evangélica da Câmara Federal. Ela não é uma menina amarela. Ela sabe o que está fazendo. Existe, inclusive, a possibilidade de ela ser candidata ao Senado na próxima eleição. Ela realmente é uma pessoa que traça as diretrizes fundamentais desse bolsonarismo profundo", analisou.

Outro assunto do comentário foi a votação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que autorizou o processo de impeachment do governador afastado Wilson Witzel (PSC), por crime de responsabilidade. Para MK, a ascensão meteórica de Witzel é um reflexo da eterna busca dos brasileiros por "salvadores da pátria". "Esse é um caso que merece, inclusive, uma análise mais aprofundada. Como é que aconteceu isso? A rapidez que esse rapaz subiu, e com a mesma desceu. Ele era um nada, juiz lá no Espírito Santo, se agarrou em Flávio Bolsonaro, porque foi eleito basicamente pelo bolsonarismo na onda do presidente, e a primeira coisa que ele faz quando assume o governo é dizer que é candidatíssimo a presidente da República, batendo de frente com quem o elegeu, e com um telhado de vidro do tamanho de uma casa inteira. (...) O povo tem necessidade de encontrar um salvador da pátria quando ele abre mão de ser ele próprio o salvador. Cada um de nós é o salvador dessa pátria, com nosso voto, com nosso comportamento, com nossa condição ética e moral. Mas não, a gente prefere assaltar um caminhão de carne ou de cerveja, ou quebrar e saquear lojas na greve da PM", pontuou.

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