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Embaixador de Israel comenta relação com Brasil: “vai levar tempo para voltar ao normal”
Embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine foi entrevistado na Rádio Metrópole na última quinta-feira (23)
Foto: Metropress/Filipe Luiz
A relação entre Brasil e Israel foi abalada depois de uma declaração do presidente Lula (PT) sobre a guerra na Faixa de Gaza. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, chegou a dizer que o mandatário brasileiro era persona non grata em território israelense. O assunto, assim como o próprio conflito com o Grupo Hamas, foi abordado pelo embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, em entrevista à Rádio Metropole na última quinta-feira (23).
Zonshine reconheceu que a relação entre os países já esteve melhor e mudou o tom da relação especificamente desde a declaração do presidente Lula, que classificou as mortes de palestinos na Faixa de Gaza como um genocídio.
“Mudou um pouco o tom das relações, mas são relações que existem desde o início de Israel, 1949. Ao longo dos anos tivemos boas relações, às vezes, mudanças aqui e lá, mas a base é boa, [tem] valores e interesses [...] Mudou um pouco o tom e quando começou a guerra ouvimos coisas do lado brasileiro que não gostamos e que não tinha base na realidade”, disse o embaixador.
“Espero que possamos voltar, o tempo pode ajudar isso, para as relações mais práticas, no nível econômico, científico, educacional e outras. No lado diplomático, vai levar mais tempo talvez para voltar a maneira normal”, emendou Zonshine, pontuando que agora, da parte da embaixada de Israel, a ideia é voltar a dialogar e cooperar. Na última quinta-feira, ele esteve em Salvador cumprindo uma agenda cujo objetivo era fortalecer as relações e o combate ao antissemitismo.
Guerra em Gaza
Sobre a guerra com o grupo Hamas, que no próximo dia 7 de junho completará oito meses, o embaixador afirmou que Israel não tem intenção de ocupar a Faixa de Gaza, mas “também não permitirá que o grupo Hamas continue dominando a região”.
“O Hamas, quando iniciou esse ataque planejou por muito tempo, eles sabiam que Israel ia reagir e que tinha poder militar melhor do que o deles. Sabiam que Israel ia reagir de maneira forte, porque esse ataque foi o maior e pior desde a criação do Estado”, afirmou. De acordo com ele, esses quase oito meses de guerra também criaram uma onda antissemita no mundo.
Quando questionado se realmente é possível acabar de vez com um grupo terrorista, o embaixador reconheceu que destruir uma ideia é muito mais difícil e afirmou que agora as forças israelenses lutam, na verdade, para destruir a estrutura do grupo. “Por um lado tem lá a organização,pessoas, base de onde fazem todas as atividades, isso talvez seja possível destruir. Já a ideia, a vontade deles é mais difícil, impossível”, avaliou. O objetivo de Israel, segundo ele, “é criar uma situação em que o Hamas não esteja como força que domina a vida de pessoas e que planeja mais uma vez atacar Israel”.
Confira a entrevista completa:
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