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Jau foi barrado porque acompanhante não vestia roupas conforme "dress code", diz Sette

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Jau foi barrado porque acompanhante não vestia roupas conforme "dress code", diz Sette

Restaurante nega conduta racista e diz que aplicou apenas "o código da vestimenta formal"

Jau foi barrado porque acompanhante não vestia roupas conforme "dress code", diz Sette

Foto: Reprodução

Por: Gabriel Amorim e Tailane Muniz no dia 03 de dezembro de 2021 às 10:56

O luxuoso restaurante Sette, localizado no bairro da Barra, em Salvador, rebate as declarações do cantor Jau - que relatou ter sido vítima de racismo ao ser barrado, na noite de quinta-feira (2), na porta do estabelecimento. Em uma primeira nota enviada ao Metro1, o Sette afirma que não Jau, mas o acompanhante foi impedido de entrar pois "não estava usando vestimentas de acordo com o dress code [traje recomendado, em tradução livre] estabelecido". 

Esposa do cantor, a produtora Patrícia Mascarenhas afirma à reportagem que o motorista, que era quem acompanhava o artista, foi orientado por um funcionário a não entrar no estabelecimento pois vestia bermuda. Ainda segundo ela, o homem permaneceu no carro. O Sette, em um segundo comunicado, acrescenta que o impedimento ocorreu também pela tentativa do músico, que usava um chapéu.

"Em imagens capturadas pelas câmeras de segurança do Sette, vê-se claramente que o acompanhante do cantor não estava usando vestimentas de acordo com o dress code estabelecido (usava bermuda), bem como o chapéu utilizado pelo artista, motivo este que levou o segurança a informá-lo da necessidade de adequação para acesso ao local", justifica o Sette. 

E continua: "O restaurante esclarece que abomina qualquer ato racista ou discriminatório, prezando por sua conduta democrática e inclusiva, e reforça que apenas existe um dress code para ingresso na casa".

O texto também cita que placas no local alertam para a exigência do "traje adequado" e reforça que "não há impedimento legal para que bares e restaurantes privados estabeleçam seus códigos de vestimenta, desde que o deixem claro na entrada do estabelecimento, sites e mídias sociais, de modo que o consumidor possa ser previamente informado".

Patrícia questiona: "Ele estava com o cabelo preso para trás. Imagine para uma pessoa negra, ter que tirar o chápeu e arrumar o cabelo todo novamente?" Para a produtora, que sofre com alopécia - uma doença que deixa feridas no couro cabeludo -  a situação teria sido ainda mais delicada, diz ela, que costuma sentir a necessidade de sair com o adereço.

A recepcionista, afirma Macarenhas, não reconheceu Jau de imediato. Mas a situação seria constrangedora, afinal, para qualquer cliente, reforça ela. Jau e a esposa pretendem prestar queixa contra o restaurante pelo crime de racismo.